segunda-feira, 27 de novembro de 2006

QUEM SOMOS, PRA ONDE VAMOS?

O que significa exatamente o termo "Design de Interfaces Interativas" ?

Uma das muitas respostas possíveis seria: São jogos de computador.

Mas seria uma resposta incompleta, pois o DII é muito mais do que apenas tratar da criação de jogos, uma vez que o termo "jogo" apresenta um contexto muito limitado da aplicação que se pode dar a este tipo de desenvolvimento.

Quando se fala em DII estamos nos referindo a muito mais do que desenvolver um jogo, por mais complexo ou simples que seja a finalidade.

Falamos de criar um sistema que permita interação com pessoas para várias finalidades, seja o óbvio lazer ou para aperfeiçoamento de atividades que podem ser lúdicas ou não, mas sempre voltadas para o aprimoramento do ser humano.

Antes de poder definir o que são Interfaces Interativas é preciso voltar aos primórdios da história da humanidade e descobrir que as atividades lúdicas sempre estiveram presentes em nossa vida, os jogos são algo tão importante que mesmo os animais irracionais tem os seus, que aprendem intuitivamente, mas foi o ser humano que conseguiu definir regras e estabelecer procedimentos que tornam estas atividades a parte mais presente de nossa existência.

Os jogos substituem com louvor algumas atividades que poderiam colocar nossa existência em risco, aprendemos que fazer simulações nos permite ver o que acontece em uma determinada situação sem necessáriamente nos expormos ao risco fisico.

Uma luta de box, por exemplo, tem regras claras e bem definidas que visam permitir aos contendores lutar fisicamente sem necessáriamente o resultado da luta ser a morte de um ou mesmo de ambos, embora exista o risco disso ocorrer, mas ele é muito minimizado.

O mesmo vale para uma corrida de automóvel, onde os limites de homens e máquinas são testados, mas permitindo um nível de segurança que não existiria se simplesmente um homem pegasse um veículo e o testasse até descobrir seu limite.

Santos Dumont foi um pioneiro de sorte, pois testava ele mesmo suas aeronaves e como ele houve muitos pilotos de prova que deram suas vidas para que se descobrisse qual o limite de uma aeronave, sendo que nunca foi necessário destruir um avião e colocar em risco a integridade física de uma pessoa, desde que exista um planejamento anterior.

Atualmente é possível testar uma aeronave ou veículo em simuladores e depois é também possível construir um protótipo e pilota-lo a distância, sem precisar ter um homem arriscando sua vida, muito embora algumas atividades nos levem a este momento, onde será preciso colocar uma pessoa no lugar, mas aí deixou de ser uma interface interativa e passamos a vida real.

Esta é a diferença básica, interfaces interativas simulam a vida real ou situações imaginárias, sem que o usuário tenha efetivamente que estar presente.

A aplicação mais óbvia são os jogos, claro, quem nunca quis se sentir o Ayrton Senna, "correndo" em alta velocidade mas tendo apenas uma telinha e outros equipamentos para simular algumas das sensações que um piloto de verdade tem.

Ou um simulador de voo, onde qualquer pessoa pode sentir-se dentro de um avião de verdade, sendo que neste caso existem réplicas perfeitas de aviões, onde o usuário pode vivenciar as situações em um nível extremo de realismo, mas com sua integridade física garantida.

E existem situações onde a integridade a ser preservada não é a do usuário mas sim dos objetos ou seres com quem este irá interagir, como nos jogos de tiro em primeira pessoa, onde se pode "matar" sem realmente causar danos ou se pode desenvolver atividades mais nobres, como "salvar vidas".

O DII não engloba apenas programas de computador, uma interface interativa pode ter outra aparência, podem ser simples cartas ou textos organizados de forma a simular uma atividade, ou então pode ser realizada sem uso de artifícios, estimulando apenas a imaginação da pessoa, mas neste caso existirão as regras em uma interface, como os famosos jogos de RPG, onde um grupo simula situações a partir do comando de um ou mais mestres e juizes, que se utilizam de uma DII para manter um padrão a ser seguido.

Enfim... DII é o uso máximo da nossa capacidade de criar para gerar formas de praticar uma atividade humana virtual, ou seja criar um meio de simular a realidade, seja com o uso de computadores ou de outros artificios.

Desde criança sou apaixonado por estes temas, enquanto as crianças de minha época brincavam eu tentava entender o sentido das brincadeiras, sempre foi assim, inclusive com os computadores pois ao ser apresentado ao primeiro jogo de computador a minha real preocupação não era fazer as barras do PONG impedirem a "bolinha" de sair da tela mas sim entender como é que aquilo acontecia.

Quando consegui entender não houve mais como parar e quando tive a primeira oportunidade de lidar com um computador já fui logo criando meus primeiros jogos e foi só a falta de oportunidades e condições existentes na época que me impediram de dar dedicação integral a esta atividade.

As condições existem agora, na verdade este mercado é cotado como o mercado profissional do futuro e portanto é o momento mais do que adequado para deixar de lado as questões que permitem pagar as contas do dia-a-dia para me dedicar a divulgar esta atividade, tão falada mas pouco entendida.

Este é um dos temas do qual pretendo falar muito por aqui... como funciona, o que é e como se começa a fazer isso.